Há uma paixão em mim que é comum lá em casa: o terror. Adoro simplesmente bons filmes de terror - que são cada vez mais raros é verdade. Foi o Pedro que me pegou esta "pancada" quando ainda namorávamos e curiosamente, ele acabou por refrear mais os hábitos cinematográficos do que eu.
The Mist, O Exorxista, The Ring, A Freira, It, Insidious, Exorcismo de Emily Rose, 13 Fantasmas, The others, A Mulher de Negro, são alguns dos mil nomes que adoramos. Menos sangue e mais espiritismo é a preferência lá de casa.
A história é sempre a mesma: estava tudo bem, até alguém ser possuído pela entidade do mal. Estrabucha-se, faz-se um ritual de cura, umas vezes a coisa funciona, outras fica pior ainda. E eu acho, hoje em dia, que existe uma destas entidades malucas lá em casa que, volta e meia toma conta de mim.
Não sei se é normal e se será comum às restantes astronautas, mas ela ataca sempre da mesma maneira. Primeiro, eu corro. Corro para todo o lado, acudo a todas as freguesias, apago todos os fogos e páro para me queixar, para alertar que não pode ser, que não podem depender de mim para tudo, tenho conversas e afins.
Depois observo e permanece tudo na mesma. O meu nome para tudo e para todas as soluções. E começo a senti-la devagarinho... Até se apoderar de mim completamente.
E grunho, estrabucho, mostro os dentes, praguejo, rogo pragas a ninguém, digo mal da vida perfeita que tenho. E eles vêm em meu auxílio. Fazem o ritual de cura, rezam para que eu não me passe para o lado de lá de vez, prometem que vão estar mais atentos. Normalmente a coisa melhora, até nova vaga de loucura que faz de mim a Mulher Terror.
Mas serei só eu? Serei eu influenciada pela fantasia dos filmes que tanto gosto? Ou será que todas nós volta e meia ficamos possuídas pela entidade maligna que se manifesta no culminar do cansaço?
Não sei. Mas já tenho saudades de assistir a um bom filme de terror.
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