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O ano em que eu percebi que "só sei que nada sei". Estou pronta para ti 2022!

 

Mais um ano que termina. Mais de 350 dias, mais de 8 mil horas. A pandemia não acabou, as pessoas não mudaram para melhor, como eu achava genuinamente que iria acontecer, a economia não desemborregou... e tudo acaba, permanecendo exactamente igual, se não pior.

Este ano não vou queixar-me, mesmo às portas de um novo ano. Não vale a pena. No último minuto de 2020, lembro-me de estar emocionada, lavada em lágrimas, sentido um alívio espectacular. Aquele último minuto, foi como uma tonelada a dissipar-se no ar. Senti-me leve como uma pena, mergulhada na emoção da esperança num ano completamente novo, completamente melhor, uma verdadeira oportunidade para, finalmente, mudar de vida.

Só que não. Foi francamente pior. Mas, a realidade é que não apanhei Covid, não passei fome, não perdi ninguém demasiadamente próximo e, por isso, hoje, não haverá lugar a lamurias, muito menos estas, de barriga cheia e bem farta. 

Hoje é o dia em que realizo e consciencializo, o mais honestamente possível, que não sou nada, nem ninguém, neste universo grotesco de acontecimentos, coincidências, conexões, energias. A vida é uma passagem. Sempre acreditei nisso. Nada acontece por acaso. Cabe-nos perceber as mensagens subliminares de tudo o que acontece durante estes mais de 350 dias, mais de 8 mil horas. Cabe-nos, ainda, aprender, desenvolver novos modos de pensar, de estar, de agir, de ser. cabe-nos moldar-nos, adaptar-nos e aceitarmos os novos paradigmas, as novas realidades que se vão criando para que possamos continuar a caminhar.

E este ano, foi O ano em que aqui em casa percebemos que não, nós não controlamos porra nenhuma. Nós somos os mais importantes. Devemos mesmo melhorar a nossa versão a cada minuto que passa, com o foco nos nossos sonhos, com o cuidado pelos que nos rodeiam, porque não andamos cá sozinhos, com amor por quem amamos, começando por nós próprios. Nós devemos ser disciplinados, educados, fortes, resilientes, não desistir nunca de nós próprios, dos filhos, dos pais, dos maridos, daqueles em quem acreditamos e que, notem, vale a pena manter por perto. 

Devemos saber cortar com o que não nos faz bem, nem felizes. Cortar com quem nada acrescenta na nossa vida, na nossa existência, com quem atrasa a concretização do nosso objectivo, das nossas metas, do nosso propósito de existir. Devemos marcar na agenda tudo o que queremos para nós e batalhar até conseguir. Contrariando os medos, os vícios mentais, e todas as barreiras que nos impedirem de lá chegar!

Mas a verdade é que vamos cair vezes sem conta. Vamos desacreditar. Porque a vida vai continuar a mudar à velocidade da luz, os planos vão continuar a sair furados, porque os obstáculos que mais tememos continuarão a surgir, continuadamente, até que aprendamos a lidar com eles e a não temê-los mais.

Por isso, esta noite, é noite de acreditar que eu mudei com tudo isto. Que já não sou a mesma mulher, a mesma mãe, a mesma esposa, a mesma filha, a mesma nora, a mesma empresária, ou a mesma amiga, comadre, enfim. A Sílvia transformou-se com tudo isto. Com o bom e o mau deste ano, que agradeço de coração. 

Que venha 2022, com todos os dias de choro, de revolta, de dor, de infelicidade, de vontade de desistir, de dificuldades, de desafios. Que venha 2022 cheio de vontade de nos trocar as voltas. Porque eu não tenho medo. Nenhum. Porque eu cresci tanto como pessoa quanto me foi permitido. Eu rasguei a pele a lutar e a tentar sobreviver, aprendi a viver com muito e com pouco, graças a Deus, até agora, não precisei de aprender a viver com nada. Mas estou pronta. Pronta para ti 2022. Para tudo o que me trouxeres de menos positivo. E cá estarei, também, para saborear cada vitória, cada nascer do sol, cada segundo em família, cada migalha conseguida com suor e esforço. Porque eu mereço o melhor do mundo. Tão certo, quanto tê-lo bem aqui, ao meu lado, e dentro do meu coração.

Um Bom Ano a todos!

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